quarta-feira, 12 de maio de 2010

DESCONHECIDOS E OCULTOS


Esta frase que foi repetida  tantas  vezes  por nosso fundador, Padre Colin, é muitas vezes mal entendida.  Não significa que os Maristas não podem ser conhecidos, ou fazer pastoral vocacional, ou ter uma boa formação teológica e profissional.  Não quer dizer que os Maristas devem esconder seus dons ou não ser bem remunerados por aquilo que fazem.
Maria entre os Apóstolos na Igreja primitiva era a principal inspiração de Colin. Ele diz que ela estava no meio deles, e sua  influência foi mais forte que  a deles, mas fez tudo sem que as pessoas percebessem.  Colin tinha lido a obra de Maria de Ágreda que descrevia várias cenas da vida de Maria depois de Pentecostes.  Podemos duvidar da autenticidade destas revelações, mas mesmo assim,  não podemos colocar de lado a intuição central de Colin, que Maria fazia muito sem aparecer, que tinha mais influência que todos os Apóstolos.   Não buscava honras, não usava a autoridade dela como Mãe de Jesus para mandar, mas podemos ter certeza que por sua maneira de ser  tinha uma poderosa influência para o bem na Igreja primitiva. Alguns exegetas dizem que foi por causa dela que um cisma não se desenvolveu na Igreja nascente, entre os discípulos de Jesus e a família dele. Maria tomou o lugar dela como simples discípula.
Para um Marista, que significa ser escondido e oculto? Pode significar que não impomos nossas idéias, nem mesmo nossa fé, mas que deixamos os outros livres para decidir, crer e crescer.  Que ensinemos de tal maneira que a pessoa possa encontrar a verdade dentro dela, ou que cresça em seu próprio ritmo. Tenhamos a paciência de permitir que Deus aja dentro da pessoa no tempo Dele.  Sobretudo, significa que as pessoas sejam tocadas, principalmente, por nosso ser que deve ser  transparência de Jesus e de sua Mãe, e não por nossas palavras eloqüentes. Como João Batista, que diminuamos  para que Cristo possa crescer.
Não é fácil pôr em palavras o sentido do “desconhecido e oculto”. Talvez só possamos entendê-lo e saber vivê-lo através de muitos anos de contemplação. Quiçá  sejam os nossos Maristas de mais idade que  melhor vão nos ensinar o verdadeiro sentido desta intuição central do carisma Marista.

Irmã Gemma Wilson, sm

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