Esta frase que foi repetida tantas vezes por nosso fundador, Padre Colin, é muitas vezes mal entendida. Não significa que os Maristas não podem ser conhecidos, ou fazer pastoral vocacional, ou ter uma boa formação teológica e profissional. Não quer dizer que os Maristas devem esconder seus dons ou não ser bem remunerados por aquilo que fazem.
Maria entre os Apóstolos na Igreja primitiva era a principal inspiração de Colin. Ele diz que ela estava no meio deles, e sua influência foi mais forte que a deles, mas fez tudo sem que as pessoas percebessem. Colin tinha lido a obra de Maria de Ágreda que descrevia várias cenas da vida de Maria depois de Pentecostes. Podemos duvidar da autenticidade destas revelações, mas mesmo assim, não podemos colocar de lado a intuição central de Colin, que Maria fazia muito sem aparecer, que tinha mais influência que todos os Apóstolos. Não buscava honras, não usava a autoridade dela como Mãe de Jesus para mandar, mas podemos ter certeza que por sua maneira de ser tinha uma poderosa influência para o bem na Igreja primitiva. Alguns exegetas dizem que foi por causa dela que um cisma não se desenvolveu na Igreja nascente, entre os discípulos de Jesus e a família dele. Maria tomou o lugar dela como simples discípula.
Para um Marista, que significa ser escondido e oculto? Pode significar que não impomos nossas idéias, nem mesmo nossa fé, mas que deixamos os outros livres para decidir, crer e crescer. Que ensinemos de tal maneira que a pessoa possa encontrar a verdade dentro dela, ou que cresça em seu próprio ritmo. Tenhamos a paciência de permitir que Deus aja dentro da pessoa no tempo Dele. Sobretudo, significa que as pessoas sejam tocadas, principalmente, por nosso ser que deve ser transparência de Jesus e de sua Mãe, e não por nossas palavras eloqüentes. Como João Batista, que diminuamos para que Cristo possa crescer.
Não é fácil pôr em palavras o sentido do “desconhecido e oculto”. Talvez só possamos entendê-lo e saber vivê-lo através de muitos anos de contemplação. Quiçá sejam os nossos Maristas de mais idade que melhor vão nos ensinar o verdadeiro sentido desta intuição central do carisma Marista.
Irmã Gemma Wilson, sm