Ser marista é levar, no seu próprio, o nome de Maria, e por meio dele construir sua identidade. A partir disso, o Marista deve pensar, julgar, sentir e agir como Maria, acolhendo-a como a “primeira e perpétua superiora dos Maristas” (Const. 10). Portanto, leigos, irmãos, irmãs e padres são chamados anunciar o Evangelho do jeito de Maria e, por isso, devem estar atentos às necessidades dos irmãos e irmãs de Cristo.
O Pe. João Cláudio Colin, fundador dos Maristas, nos faz o apelo de seguirmos o exemplo de Maria. Em face disso, todo Marista é convidado a colocar-se a serviço do Reino, dispondo os dons que recebeu de Deus, tornando-se cada vez mais “eficaz instrumento da Misericórdia Divina” (Const. 11).
O exemplo de Maria impulsiona cada Marista a seguir radicalmente Jesus Cristo, com ternura e compaixão. Esses gestos se manifestam na profundidade do olhar misericordioso de mãe e nos seus braços sempre abertos para nos acolher. Pois, nos braços ela revela abertura de coração, amor, carinho, cuidado e atenção, gestos concretos de alguém que sabe ouvir, olhar e acolher com simplicidade de coração a todas as pessoas, simplesmente gestos de Maria, a Mãe de Misericórdia.
A ternura, compaixão e a misericórdia passam pela dimensão do olhar, do cuidado e da sensibilidade, levando a pessoa a perceber a necessidade do outro e a sair de si mesma, indo ao encontro dos mais necessitados, especialmente os jovens e os excluídos de nossa sociedade.
Maria manifesta, particularmente, o amor misericordioso de Deus, partilhando sua vida e doando-a toda ao serviço dos outros. É nessa doação que ela manifesta a misericórdia divina.
Maria, como Mãe de misericórdia, convida-nos também a olhar com esperança, ternura, paz e confiança para as realidades da vida. Ela nos ensina a vencer nosso orgulho, rigidez, auto-suficiência; convida-nos a esvaziar-nos de nós mesmos para enchermo-nos da graça de Deus, que provoca mudança de vida e de atitude, e nos impulsiona a olhar com Misericórdia.
Ser “instrumento de misericórdia” é a identidade do marista, e isso implica um jeito diferente de ser cristão, implica assumir, no seu jeito de ser, o jeito de Maria.
Que Maria, Mãe de Misericórdia nos ajude a ser verdadeiros cristãos Maristas, com o coração cheio da novidade do Reino de Deus e nos motive a viver, na alegria e na ternura, a nossa vocação.
Pe. José Maria da Silva, sm